Os destaques e recalques do Oscar 2013




É, sem dúvida, um momento único, mágico direi, o que anualmente acontece na atribuição do Óscar da Academy Awards pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles nos EUA.
Este ano, cuja 85ª premiação teve como local o Dolby Theatre, a noite terminou de forma surpreendente, quando a primeira dama dos EUA, Michelle Obama, se juntou em direto à cerimonia de Los Angeles a partir da Casa Branca, para anunciar o Óscar do melhor filme, Argo do realizador Ben Affleck, nesta que terá sido uma das edições mais divididas dos últimos anos.
O filme que mais Óscars arrecadou foi “As aventuras de Pi”, com quatro (realizador, fotografia, banda sonora e efeitos visuais). Com três Óscares há dois filmes: Argo (melhor filme, argumento adaptado e montagem) e Os Miseráveis (atriz secundária, caracterização e mistura de som). Com dois prêmios há uma série de filmes, incluindo Django Livre (ator secundário e argumento). Não se poderá dizer que haja um vencedor destacado, mas há certamente um derrotado claríssimo: Lincoln, o filme de Steven Spielberg estava nomeado para 12 das 24 categorias, e levou para casa duas estatuetas (ator e cenografia).
Nas categorias principais de interpretação, ganham Daniel Day-Lewis, (o terceiro em sua carreira) pelo papel em Lincoln, e Jennifer Lawrence, pela participação em O Lado Bom da Vida.




-Interessante, sem dúvida a análise que o ator, diretor e crítico José Wilker que acompanhou pela TV a noite dos Óscares fez em relação aos premiados de 2013:

  • “Há dois meses, o favorito era ‘Lincoln’. De repente, em função da não indicação de Affleck, o filme foi crescendo. Mais do que um filme político, ‘Argo’ é uma grande brincadeira sobre cinema e, de alguma maneira, isso fascina os eleitores da Academia”, afirma José Wilker.
  • Para o ator, diretor e crítico, a vitória de Ang Lee na categoria de direção foi também um protesto pela ausência de Affleck.  “Foi a saída que a Academia teve, porque os eleitores têm com o Spielberg um comportamento de amor e ódio”, aponta. Ele destaca ainda que Ang Lee é um diretor consagrado em seu país de origem.
  • Segundo Wilker, o roteiro de ‘Lincoln’ e as atuações de Tommy Lee Jones e Daniel Day-Lewis são os destaques do filme, embora apenas Day-Lewis tenha sido premiado com o Oscar de melhor ator.
  • “Ele é um ator absolutamente extraordinário. A figura de Lincoln é muito presente e ele conseguiu uma proeza: ficar mais parecido com o personagem do que o próprio personagem”, diz ele, que discorda da vitória de Christoph Waltz (‘Django livre’) na categoria ator coadjuvante.
  • Laureada com a estatueta de melhor atriz, Jennifer Lawrence (‘O lado bom da vida’) não agradou a José Wilker, “Esse prêmio é para o futuro, porque, para o presente, é discutível. O filme é absurdamente previsível. Eu tinha que fazer um esforço para me lembrar de determinadas coisas do filme que foram sumindo. Você vai embora e esquece dele”. 



Por : Ricardo Pocinho

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