Resenha: Jogador n°1 – Ernest Cline

“Você deve estar pensando o que vai acontecer em sua vida. Fácil. A mesma coisa que vai acontecer com você já aconteceu com todos os outros seres humanos que já viveram. Você vai morrer. Todos morreremos. É assim que as coisas são.”

Ernest Cline -  Jogador n°1 , página 27.

Autor: Ernest Cline

Editora: LeYa

464 páginas

Nota: 7/10

O primeiro livro de Ernest Cline une uma corrida ao ouro no mais moderno sentido: dentro de um videogame , cujo enredo se revela no modo “carregando...” por tempo demais , o que torna o livro cansativo , embora seja impossível não querer saber como será o “Game Over”.

Narrado em primeira pessoa, por Wade – um garoto órfão, em pleno 2044, onde o mundo se rendeu a uma realidade virtual, o tão amado OASIS. Lugar no qual Halliday – um grande empresário do mundo dos games escondeu chaves que dão acesso a um “ovo”, cujo prêmio é toda sua herança, avaliada em milhões de dólares.

O grande problema é que ao criar essa caçada ao “ovo”, o autor utiliza o passado para dar base ao enredo, todas as pessoas começam a viver praticamente os anos 80 outra vez e isso se torna contraditório e faz com que o futuro criado por Cline seja apenas um leve plano de fundo para se aprofundar em toda a cultura que fora explorada no passado.

A crítica social imposta é razoável e aborda o fato de pessoas deixaram de viver a realidade e ser acomodarem no perigoso mundo virtual, onde você pode ser e ter o que quiser. Unindo uma distopia quase imperceptível, mas que quando se é ativa transforma o livro em uma grande obra, munida de misto de aventura, suspense e ação, prendendo o leitor.

Há espaço para um romance e reflexões sobre a vida e o que realmente vale a pena, pois nem sempre pensamos nas consequências de nossos atos e no caso Wade se vê em uma enrascada ao se tornar o jogador n°1.

O fluxo de leitura é lento, o livro tem uma qualidade mediana, mas deve ser lido, com calma e sem muitas expectativas para ser apreciado e compreendido da maneira correta.