Refletindo sobre Amada Imortal: O Autoconhecimento e a Autossatisfação



Acho incrível a capacidade de que alguns livros têm de nos fazer refletir sobre a vida e sobre nós mesmos. Amada Imortal, lançamento da Galera Record, poderia ser apenas mais um livro sobrenatural. Porém, consegue se destacar ao trazer consigo uma importante temática: a de auto evolução.
Minha intenção não é falar do livro aqui, mas será necessário explica-lo, de maneira resumida, para dar prosseguimento ao texto. Nastasya é uma imortal e, por já ter vivido há mais de 4 séculos, acabou por perder o sentido da vida e de sua existência, tudo para ela perdeu a importância. Por consequência, vive uma vida vazia, sem objetivos, sem se apegar a nada e ninguém. Tudo muda, contudo, ao presenciar um de seus melhores amigos torturando um mortal por meio de um encantamento. O fato trouxe a ela a compreensão de sua condição, de quão escura tem sido sua existência. Chocada, ela procura ajuda, decidida a mudar.
Por todo o livro, acompanhamos a personagem travar uma verdadeira batalha interior para vencer sua situação de comodidade e conseguir, enfim, tornar-se uma pessoa melhor. Seria muito mais fácil permanecer como estava, imune aos sofrimentos. Porém, não seria correto, e ela finalmente compreende isso ao buscar ajuda.
A questão é: quantas vezes em nossas vidas não nos fechamos para evitar algum tipo de sofrimento? Quantas vezes assumimos uma posição de indiferença pelo simples medo do sentimento de perda, a qual sempre estamos sujeitos? E, depois, vivendo em um constante estado de indiferença, tomamos atitudes impensadas, desejando simplesmente sentir algo novamente?
Na maioria das vezes, é extremamente mais fácil ceder ao medo, e muito mais cômodo continuar nessa situação. Porém, em longo prazo, a constatação de que isso não é o certo cedo ou tarde acaba por surgir. Ainda que a indiferença nos proteja de sofrimentos, ela também nos priva de inúmeros prazeres, que podem fazer qualquer coisa valerem à pena.
A principal reflexão que Amada Imortal me fez ter, contudo, não foi essa, mas sim sobre como atingir um verdadeiro estágio de satisfação e de paz de espírito. Não basta que o mundo ao seu redor esteja brilhando, que tudo esteja perfeito. Se dentro de nós não estivermos assim, não seremos capazes de enxergar nenhuma beleza externa.
Porém, não é fácil encontrar essa paz de espírito, não basta simplesmente querer se sentir assim e, pronto, desejo concedido. A autossatisfação é um processo longo e contínuo, extremamente ligada ao autoconhecimento. Sim, autoconhecimento.
Como podemos saber o que nos fará bem ou não, se não soubermos do que gostamos ou não? Como podemos nos sentir satisfeitos por algo, se não conhecermos nossas habilidades? O autoconhecimento nos possibilita compreender nossos limites, saber até onde podemos ir ou não, o que somos ou não capazes de fazer, o que preferimos, o que gostamos e desgostamos. E, acima de tudo, envolve nos aceitarmos como somos e encararmos nossas qualidades e defeitos simplesmente como partes de nós. Se formos capazes de enxergar um defeito como uma característica, não há porque se ressentir dele. Ainda, nos possibilita controla-lo quando necessário, evitando que ele possa vir a afetar outros ao nosso redor ou a nós mesmos.
Foi isso que tanto me agradou no livro. Essa incessante busca de Nastasya por si mesma, e a intensa reflexão que ela faz sobre si, tentando sempre compreender suas atitudes, tentando desesperadamente se conhecer, lutando bravamente contra o comodismo e contra seu lado obscuro.
O autoconhecimento, para mim, é a chave para a autossatisfação, mas ele depende, e muito, da auto aceitação.  A parte mais difícil, acredito, é a de compreender e aceitar nossos defeitos, nunca é fácil encará-los. Além disso, o autoconhecimento é um processo que não tem fim, já que estamos constantemente mudando.
Por fim, tudo isso só me leva a pensar em mais uma coisa: o sentido da felicidade. Se a colocarmos como uma meta, como dependente de algo, estaremos sempre em busca dela, mas não a vivendo verdadeiramente. A felicidade não é algo a ser conquistado, é algo que deve estar presente dia a dia, nas pequenas e grandes coisas. Há uma frase da personagem Charlotte, no filme Sex and The City, que resume isso muito bem e é mais ou menos assim: “Não me sinto feliz durante todo o dia, mas me sinto feliz todos os dias”.
Resumindo: autoconhecimento + aceitação -> autossatisfação -> felicidade.
Processos infindáveis, trabalhosos, mas que fazem valer a pena.
E quem é que disse que autoajuda são apenas aqueles livros mal vistos, que quase ninguém consegue ler?


Por : Aione Simões 

5 comentários:

  1. Ainda bem que o assunto não foi sobre o livro, até oq já ouvi falar mt dela. A auto aceitação + satisfação + auto-conhecimento é com certeza a chave pra ser feliz, concordo em tudo Mi.

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  2. Sério, quando eu vi o livro na bienal eu nem dei muita bola pra ele, parecia mais um livro sobrenatural com um nome estranho, mas o post me fez ter vontade de ler ele! É muito bom quando lemos um livro que nos surpreende, né?

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  3. Parabéns pela resenha Aione! Estou ansiosa para ler Amada Imortal! Beijos!
    www.newsnessa.com

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  4. Estou bem interessada no livro e estou gostando do que estou lendo nas resenhas.
    Bjs, Rose.

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  5. Esse livro me chamou atenção pela capa que é muito bonita,achei a história diferente,o fato da protagonista ser imortal foi interessante mas confesso q o começo do livro não gostei muito melhora quando ela tenta descobrir as origens...
    e já na capa do livro indica q a história terá continuação,q bom pq quero muito ler!

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