Resenha: Você tem meia hora – Camila Nascimento Silva

Autora: Camila Nascimento Silva

Editora: Subtítulo

440 páginas

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Sinopse: Na noite de réveillon, Bia, a aeromoça sensível e romântica, é abandonada por Arthur, o namorado de três anos com quem já morava há dois e pretendia se casar em um. Aos vinte e nove anos essa é a maior tragédia que pode acontecer na vida de uma mulher, pois à beira dos trinta o que era para dar certo já tinha que ter dado, o que deu errado, não dá mais tempo de consertar e o que se espera que aconteça, talvez não vá mais acontecer, ou seja se não se casar até os trinta, Bia estará condenada ao calabouço da solteirice, brigando pelo buquê nas festas de casamento e conhecendo homens que mentem a idade, o estado civil e a foto nos sites de relacionamento. Mariana acha que a melhor amiga está exagerando e só precisa de uma mudança radical, pois até um pé na bunda te empurra para frente. "Reiventar-se" é A palavra! Porém para isso, Bia precisa ir para o lugar onde todo mundo vai quando dá essas loucas. Londres. E concorrer à vaga de emprego mais disputada do século XXI. Mas será que uma mudança pode mesmo dar certo quando se leva na bagagem uma estória tão mal resolvida?

“Não cace as borboletas, amada! Apenas cuide do seu jardim e elas lhe farão uma visita!”

Camila Nascimento Silva – Você tem meia hora. Página 46.

Com um estilo desenvolto a autora consegue captar os sentimentos dos seus personagens de uma maneira bem parecida com Marian Keyes. Você tem meia hora por mais que não aparente é brasileiro e com uma qualidade invejável aos best-sellers internacionais.

No começo da leitura você pode até imaginar que será um daqueles chick-lits clichês no qual a protagonista se sente rejeitada e encalhada. Pois sim, inicio é assim. Mas o enredo evolui e Bia a protagonista da história conta com a ajuda de sua melhor amiga Mariana acaba se mudando para outro país e bum! O livro se torna insaciável. A cada página que você vira é um novo acontecimento e por sorte a autora utiliza tanto o drama quanto a comédia para relatar as peripécias de uma mulher que mal sabe o que a vida lhe reserva, sem medo de mostrar seus medos e angustias.

O livro é repleto de reflexões sobre a vida da mulher moderna e claro contém aqueles personagens que marcam e nos faz rir á beça como: Olli – O amigo gay de Bia e Pá – Amiga de Olli e completamente desmiolada! No entanto a amizade entre Mariana e Bia é algo tão belo que em alguns momentos você projeta o sentimento das duas para a sua vida pessoal e descobre o quanto aquilo é real e importante.  Já Arthur encarna o que foi bom por um tempo e já teve seu prazo de validade vencida, mas continua como um fantasma insistente. E por fim Dyllan – o homem que ao mesmo tempo é tudo aquilo que a protagonista sempre sonhou...

O romance não é o foco do enredo e por esse motivo não torna o livro meloso. Outros fatores como o relacionamento familiar e o desvendar que a vida continua mesmo que você não esteja pronto para encará-la são as grandes sacadas do livro. Além das mudanças bruscas que acontecem com o desenrolar da trama e o desfecho bem elaborado.

 Recomendo muito, a autora escreve maravilhosamente bem, e seria muito interessante uma série de TV baseada no livro. – O nosso país bem que podia parar de produzir porcaria, adaptações chatas e filmes sobre a realidade marginalizada brasileira (que já estamos cansados de ver) e investir nos novos talentos e histórias que surgem por ai.

Nota 9 !