O lançamento da biografia de “Sven”,
mais conhecido como Morrissey, ex-vocalista dos Smiths, ícone por direito
próprio da cultura popular, causou um grande alvoroço à porta da livraria
Akademibokhande ln Nordstan, em Gotemburgo, Suécia.
Lançada em menos de uma semana, já alcançou
o primeiro lugar de vendas na Amazon britânica. Morrissey Autobiograhpy
faz parte da coleção Penguin Classics.
Morrissey afirmou que só aceitaria
juntar-se à Penguin se este fosse incluído nos Classics, e a editora aceitou,“Dizem
que a maioria das estrelas pop têm que morrer antes de atingir o estatuto de
ícone que Morrissey já atingiu em vida", justificou a editora, sem mais
comentários, perante a discussão.
No lançamento estiveram presentes fãs
suecos, de Manchester, cidade natal do músico e de outros países que desejavam,
além do autógrafo do ídolo, conhecer a prosa e os segredos que as páginas da
obra têm para revelar.
Os grandes destaques, são as revelações mais intímas, como "a primeira mulher" por quem o
celibatário, diz o próprio, Morrissey se apaixonou se chamava Jerry Nolan,
baterista dos New York Dolls e a paixão foi platónica (foi o seu ar andrógino
na capa do primeiro álbum da banda nova-iorquina que cativou o adolescente
Morrissey).
Depois, que Morrissey , hoje com 54
anos, teve o seu primeiro relacionamento sério na década de 1990, com um
fotógrafo chamado Jake Owen Walters, “A primeira vez na minha vida em que
o eterno ‘eu’ se transformou em ‘nós’”, escreve. E que, mais tarde, namorou a
possibilidade de ter um filho (ou, nas suas palavras, “um monstro chorão em
miniatura”, com uma mulher iraniana, Tina Dehgani).
“a primeira mulher por quem me apaixonei foi Jerry Nolan, baterista dos New York Dolls, uma paixão platónica”
No site da revista Mojo,
o livro é descrito como “sedutoramente franco, brilhantemente indiscreto e
autenticamente idiossincrático”. O humor e a bílis, o amor pela cultura pop e
os ódios de estimação são presença obrigatória.
Morrissey classifica Iggy Pop, Lou
Reed e Patti Smith como os “Goethe, Gide e Gertrude Stein” da sua geração,
conta como desmaiou da primeira vez que viu o jogador de futebol do Manchester
United, George Best, deslizar pelo gramado, e, explica que se descobriu
verdadeiramente no momento em que se aproximou de um microfone e cantou,
“Libertei-me das definições de uma vida que os outros faziam de mim, e as
suas opiniões deixam de interessar. Estou, entregue a mim próprio, a cantar a
verdade, que pode ser também a verdade dos outros… e a oferecer-me toda uma
vida… deixo a voz erguer-se de uma vez por todas”.
Afirmou que é fácil ser polémico no
mundo da pop, “porque ninguém o é”, dedica 50 páginas da autobiografia a
discorrer sobre o processo judicial que o opôs nos anos 1990 à secção rítmica
dos Smiths, formada por Mike Rourke e Andy Joyce, e a desancar no juiz que o
descreveu como “tortuoso, truculento e traiçoeiro”, sendo esta maior porção de
texto dedicada a um tema específico. Não será, certamente, a mais interessante
para aqueles que querem conhecê-lo a fundo, desde que era um rapazinho em uniforme
de escola a esticar a mão para David Bowie, “o visionário Wilderiano à beira de
remodelar a Inglaterra”, até à chegada de uma das bandas mais marcantes da
história da música popular urbana, os Smiths, chegando por fim à actualidade
das declarações polémicas e dos concertos cancelados que, nos últimos tempos,
se têm sobreposto à música gravada.
(da série de textos “Riva la filotea”.
(Que está a chegar). Este mundo, os mundos e os outros... Por: Ricardo Pocinho)
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