Uma das coisas que faz do seculo XXI diferente dos outros, para além da “Primavera Árabe”, ou de se considerar Kim Jong-Un, o líder da Coreia do Norte como o homem mais sexy de 2012, pela sua “cara arrebatadamente bonita e redonda”, são, sem dúvida, os inúmeros estudos que surgem sobre tudo e todos. Dou-vos um exemplo, qualquer texto jornalístico ou outro que tenha mais de 20/25 linhas, no Brasil, geralmente não é lido.
Então , e pela introdução deste texto já se ter alongado, gostaria de vos apresentar o mais recente estudo sobre o livro James e o Pêssego Gigante, de Roald Dahl, depois em filme produzido por Tim Burton, uma narrativa mirabolante que mistura fruta, um menino que perdeu os pais e um grupo de insectos de quem se torna amigo e com quem vive momentos mágicos.
A certa altura, James embarca num pêssego gigante para uma viagem transatlântica feita em duas etapas, uma primeira etapa aquática e uma segunda etapa aérea, e é a partir daqui que surge o estudo científico.
“Graças a uma análise dos processos de dinâmica dos fluidos envolvidos”, escrevem no seu artigo os cientistas da Universidade de Leicester (Reino Unido), começaram por confirmar que, desde que o pêssego gigante fosse suficientemente oco (no livro, é dito que o é parcialmente), ele seria efetivamente capaz de ficar à tona da água e de não se afundar. Mais precisamente, considerando que a fruta descomunal tinha um diâmetro de 12 metros (“o tamanho de uma pequena casa”) e que, “como se depreende [do filme], a parte que ficava fora da água tinha uma altura de 5,7 metros”, as fórmulas da hidrodinâmica permitiram-lhes concluir que, para conseguir flutuar, o pêssego precisava de ser composto por uma camada de polpa de 1,24 metros de espessura e um enorme buraco central. Suficiente, portanto, para merecer a designação de peça de fruta. “James teria conseguido navegar no pêssego da forma descrita por Roald Dahl”, escrevem.
Pelo contrário, quando modelizaram a aerodinâmica das gaivotas e estimaram o número dessas aves necessário para levantar o pêssego e arrastá-lo, ao longo de milhares de quilômetros atrelado à “cordas” excretadas por um bicho-da-seda gigante, perceberam que aí as contas não batiam nada certo. O número de 501 gaivotas avançado por Dahl estava completamente errado. “Não seria possível fazer voar um pêssego com as dimensões calculadas (…) com um número tão diminuto de aves”, concluem. James “teria precisado de atrelar 2.425.907 gaivotas para voar até a América”.
O estudo foi publicado no “Journal of Physics Special Topics”, e ficamos finalmente a saber, que o
número de gaivotas necessário para a viagem, teria de ser substancialmente superior às 502 propostas pelo autor.
Não vale rir, nem dizer “nossa, que absurdo!”, porque se trata de um estudo cientifico, diferente.
Quanto ao autor deste texto, eu, apenas vos digo que utilizei para escreve-lo 519 palavras, arrumadas em 34 linhas.
Por :Ricardo Pocinho
hahaha adorei saber essa questão do cálculo do número de gaivotas!!
ResponderExcluirliliescreve.blogspot.com