“Riva la filotea”. (Que está a chegar) Este mundo, os mundos e os outros... - Ig Nobel, um Nobel diferente



Se eu disser ao leitor que, o escritor japonês Haruki Murakami lidera as apostas na Ladbrokes (aposta mínima 40£ o que é considerada alta), deixando Bob Dylan em segundo lugar, seguido pelo chinês Mo Yan em terceiro, para o Prémio Nobel da Literatura 2012 a anunciar durante este mês pela Academia de Sueca, a reação será a mais natural do mundo, podendo-se estranhar a inclusão na lista do nome de Bob Dylan. 
Mas se eu disser ao leitor que o Ig Nobel 2012, em Literatura, foi atribuido ao Departamento de Controladoria Geral do governo norte-americano por difundir "um relatório de relatórios que recomendam a preparação de um relatório sobre o relatório do relatório de relatórios", o leitor sorrirá. Não pelo trabalho escolhido, de certeza pelo título do mesmo.

Afinal os Ig Nobel são prémios que parodiam o Prémio Nobel atribuido pela Academia Sueca.
O prémio foi criado pela revista de humor cientifico Annals of Improbable Research (Anais da pesquisa improvável), e tem como ideia premiar pesquisas raras, honrar a imaginação e atrair o interesse do público para a ciência, a medecina, a tecnologia.
O próprio nome do prémio Ig Nobel é um trocadilho com o Nobel de Alfred Nobel e a palavra anglófona ignoble (ignóbil), que representa algo “não nobre”, vil ou desprezível.
O Ig Nobel já vai na sua 22ª edição, é sempre atribuido na famosa Harvard University Cambridge of Massachusetts, nos EUA, e uma das curiosidades é que os prémios são entregues pelos laureados com o verdadeiro Nobel. Este ano estiveram presentes o químico Dudley Herschbach (Prêmio Nobel em 1986), o economista Eric Maskin (2007) e o físico Roy Glauber (2005).
Por outro lado é concedida apenas uma menção aos vencedores, e não um valor em dinheiro.
Em resumo os Ig Nobel, segundo os seus organizadores, distinguem a “investigação que faz as
pessoas rirem e depois pensarem”.
Não poderia deixar de vos aconselhar, a ver o vídeo da cerimónia deste ano dos Ig Nobel, no final deste texto, um verdadeiro must.
Faltam os vencedores e em que contribuiram para fazer com que as pessoas riam e depois pensem, e com a maior sinceridade, se estes são os trabalhos dos vencedores, imaginem os que não foram contemplados;
Em Psicologia, os premiados foram Anita Eerland e Rolf Zwaan (Holanda) e Tulio Guadalupe (representante de uma equipe do Peru, Rússia e Holanda) por seu estudo "Inclinar-se para a esquerda faz com que a Torre Eiffel pareça menor", publicado em uma revista dessa disciplina.
Em Acústica foi para os japoneses Kazutaka Kurihara e Koji Tsukada, que criaram uma máquina que perturba o discurso de uma pessoa fazendo-a ouvir suas próprias palavras com uma leve diferença de tempo.
Em Anatomia, Frans de Waal (Holanda/EUA) e Jennifer Pokorny (EUA) foram os vencedores com sua pesquisa "Como os chimpanzés se reconhecem entre si apenas olhando fotografias de seus traseiros".
Em Física, Joseph Keller (EUA), Raymond Goldstein (EUA), Patrick Warren e Robin Ball (Reino Unido) levaram o prêmio por calcular "o equilíbrio de forças que dá forma e move o rabo de cavalo no cabelo humano".
Em Dinâmica de Fluidos, o estudo "O que acontece com uma xícara de café enquanto uma pessoa a segura e andar ao mesmo tempo" deu o prêmio a Rouslan Krechetnikov (Rússia/EUA/Canadá) e Hans Mayer (EUA).
Em Neurociência, o prêmio foi para os americanos Craig Bennett, Abigail Baird, Michael Miller e George Wolford, que demostraram que os pesquisadores do cérebro podem provar, através da utilização de complicados instrumentos e uso de estatísticas, a atividade cerebral em qualquer parte, mesmo em um salmão morto.
O Prêmio Ig Nobel da Paz foi entregue à empresa russa SKN por "converter antigas munições em diamantes novos".
Em Literatura correspondeu ao Departamento de Controladoria Geral do governo norte-americano por difundir "um relatório de relatórios que recomendam a preparação de um relatório sobre o relatório do relatório de relatórios". 









POR: Ricardo Pocinho

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