“Riva la filotea”. (Que está a chegar) : Das artes e afins... Parte I

Todos temos uma noção do que significa arte, e mesmo em caso de dúvida podemos recorrer a uma série de tratados, de livros empoeirados, empoleirados em estantes ou algures, até dicionários referem que arte é uma palavra que deriva do latim, ars, artis, artis significando maneira de ser, maneira de ser ou agir, conduta, habilidade, ciência, talento, ofício.

E se não estivermos satisfeitos com o mais simples significado de arte então poderemos sempre recorrer a outros estudos, outras definições, até à Net, e, de certeza que o nosso espírito ficará satisfeito com tantos significados propostas para a palavra.

Até aqui estamos de acordo.
Discordamos todos sim, em como se descreve a arte, a obra de arte, aquilo que temos na nossa presença e que precisamos de relatar, ou que precisamos de descrever ao outro.

Tudo tem a ver com o sentido, com o nosso conhecimento, com o que acreditamos ser belo, perfeito, com todos os nossos conceitos, sensibilidade.

Toda esta introdução a propósito da estátua que Adel Abdessemed fez, já esteve exposta em Nova York e que agora está exposta em frente ao Centro Pompidou, em Paris, França, e que chama a sua atenção pelos seus 5 metros de altura, e que retrata a Cabeçada que o ex-jogador da seleção de futebol francesa Zinedine Zidane, deu ao italiano Marco Materazzi, na final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.

Aliás, a estátua é a entrada para a retrospectiva do artista francês de origem argelina Abdel Abdessemed, em Paris, sob o tema “Quem tem medo do lobo mau”, onde pedaços de lobos e outros animais compõe o restante da sua obra em exposição.

Arte, sem dúvida deve ser irreverente, deve causar também o espanto do espetador, deve ser diferente de todos os dogmas, mas como descrever a uma criança a Cabeçada? Como lhe explicar depois o fair-play que deve existir nas atividades desportivas? Como lhe contar a história para referência futura? Como o leitor explicará a Cabeçada a um jovem, ou a uma criança?
POR : Ricardo Pocinho


2 comentários:

  1. Oi Ricardo!
    Respiro arte e amei seu texto.
    Boa Sorte! :))

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  2. Olá Roberto.
    Em primeiro lugar quero agradecer-lhe o comentário, e por ter gostado do meu texto.
    Quantas vezes me pergunto, como explicar ao outro, o triptico As Tentações de Santo Antão de Hieronymus Bosh, a Guernica de Pablo Picasso, as esculturas de Joan Miró, os materiais utilizados por Vik Muniz, ou como explicar o Ulises de James Joyce, ou a obra irreverente de Adel Abdessemed, e a resposta não sai.
    Descrever arte, é descrever o que sentimos, e, mesmo que queiramos simplificar, a pergunta manter-se-à, será que o outro entendeu?
    Jamais o saberemos, acredito eu, principalmente se um dia tivermos de descrever arte uma criança.
    Obrigado.
    Um abraço.

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