Innocence : A sociedade secretas das fadas , cap#2


Capítulo II 
O primeiro namorado
 Dezembro de 2003 — Ahhhh! Você nunca vai me pegar! – eu dizia isso a Mike, atolando os pés na areia de cor ocre da fazenda dos meus tios.— Já estou te alcançando menina boba. – ele respondeu.Eu já sentia sua respiração próxima a mim, com uns gemidos que ele deixava escapar pela força que fazia para me alcançar.O suor de seu rosto já pingava em minhas pernas e senti a suas mãos segurando o meu braço: — Peguei! – ele dizia, enquanto puxava meu corpo para si, e jogava-me ao chão.Caí na areia com Mike se jogando sobre mim. Seu rosto estava muito próximo ao meu. Nossas respirações se entrelaçavam. Ele sorria com ares de vitória, enquanto prendia meus braços acima de minha cabeça com as suas mãos.— Vamos ver se você é boa mesmo... Escape, vamos lá? – ele me desafiava.— Me solta agora, menino, vou chamar a minha mãe! – eu o ameacei.— Sua mãe não vai te ouvir. Ninguém vai te ouvir. Você agora é a minha prisioneira. – ele sorria satisfeito enquanto me via esperneando por debaixo do seu corpo.— Eu te odeio! – disse eu, olhando firme em seus olhos, tentando intimidá-lo.— Odeia nada! Você vai fugir comigo, ou se esqueceu disso?— Nunca! Jamais irei fugir com um menino estúpido como você!— Você fala isso agora, no fundo você me ama.A raiva subia-me pelo pescoço, e eu sentia o rosto queimar. Com fúria, tentava me escapar de suas mãos, mas ele era forte.— Isso! Fica brava comigo, assim você fica muito mais bonita. – disse Mike, se aproximando com seus olhos hipnotizantes dos meus.— Você não vai fazer isso! – gritei, percebendo que ele queria me beijar.— Vou sim... Você também quer. – ele respondeu calmamente, apenas fazendo força para me segurar.— Eu não qu... – ele não me deixou terminar. Senti seus lábios sobre os meus.
Comprimi meus lábios tentando fechar a boca, e ele tentava abrir, mordendo-me sem querer. Não queria que tivesse sido assim meu primeiro beijo. Sonhava com algo romântico. A minha vontade era de esmurrá-lo.Ao me soltar, olhei-o com raiva e dei um tapa em seu rosto.— Nunca mais faça isso! – eu disse, saindo debaixo dele que cobria com sua mão, o local que eu havia batido. — Está me entendendo bem?Ele riu com aqueles olhos amendoados cor de mel.
— Você queria isso faz tempo.
— Nunca quis isso! Você é meu primo se esqueceu? – é claro que menti. Sempre quis beijá-lo, adorava seu jeito valente que imitava os homens mais velhos, andando com um jeito de adulto, bem diferente dos meninos de sua idade. Além do mais, ele já bebia e fumava com a permissão dos pais e dirigia a Picape de seu pai e o trator da fazenda.— Fique calma! Prometo que não vou mais tocar em nenhum fio de seu cabelo. – ele beijou duas vezes os dedos cruzados sob a sua boca em sinal de juramento.— É bom mesmo, que se mantenha bem longe de mim até eu ir embora dessa cidade. – disse isso, pois estava passando as férias com minha mãe e meu irmão em sua casa, na cidade do Texas.— Nós vamos nos casar quando ficarmos adultos, nem sei o porquê você está me evitando tanto assim.— Jamais me casaria com um menino que fede a cavalo e usa botinas com bosta de vaca. – disse eu limpando os lábios que ainda doíam por causa do beijo dele.— Eu tenho quase a impressão que é por este motivo que você gosta de mim. – ele disse isso, já se preparando para correr com sua calça jeans muito justa e aquelas botinas horríveis de couro surrado cheias de merda de gado.Ele diminui a velocidade para eu poder alcançá-lo; queria que eu o alcançasse. Segurei-o pelos cabelos, puxando forte. Com uma mão, ele alcançou o meu braço, conseguindo virar-me de frente a ele.Olhamo-nos profundamente. Seus cabelos lisos que ultrapassavam a altura do pescoço tinham a cor de caramelo e reluziam com os raios do sol, ressaltando ainda mais a cor dos seus olhos e a pele dourada.Tentei me escapar, ele apertou mais o meu braço, causando-me dor, e então soltei o corpo e relaxei, sentia-me totalmente refém, não mais de suas mãos, e sim, de seus olhos que me olhavam docemente.Vi seus lábios se aproximando. Eram avermelhados como uma cereja.— Alexia! – escutei a voz de minha chamando.Soltei-me imediatamente de suas mãos enquanto ele me olhava de um jeito lindo e sereno, e sai correndo.— Já estou indo, mãe! – respondi enquanto corria.Alcancei minha mãe já estava indo ao nosso encontro. Ainda bem que gritou.— Onde você estava? – ela me perguntou com uma cara desconfiada percebendo meu jeito desesperado em lhe esconder o que havia acontecido.— Estava ali no seleiro, ué... – eu respondi fazendo-me de desentendida.— O que estava fazendo no seleiro? – ela insistiu.— Ela estava comigo, tia, não se preocupe. Eu estava mostrando os animais para Alexia – chegou Mike por trás puxando seu cavalo pelo arreio.Minha mãe fez uma cara com uma mensagem que dizia assim “Eu não sou boba!”— Alexia, entra! Venha tomar um banho, pois vamos passar essa noite na casa de sua avó.O que eu menos queria em minha vida, era ir para a casa de minha avó Antonie, mãe de meu pai. Além de ser chato, tinha que dormir cedo e acompanhá-las em todos os passeios nas casas de meus velhos tios que comiam bolinho de chuva com chá, manias de pessoas idosas, e depois se sentavam na frente da casa para olhar o céu e fazer previsão do tempo.— Ah, não mãe, não vou não! – respondi.— Não vai por quê? Acha que vou te deixar aqui? Pensa que sou idiota?— Mãe, o que estou fazendo de errado? – respondi com os olhos arregalados, encenando uma pessoa injustiçada.— Por enquanto nada, pois está sob os meus olhos, mas deixa surgir um descuido meu, para ver o que acontece...— Eu não acredito que a senhora está pensando isso sobre mim?! – tentei disfarçar.— Chega de conversa fiada, vá se lavar, seu tio está esperando.— Mãe, eu não quero ir para a casa de minha avó! – disse já querendo chorar.— Vá sem querer. – ela respondeu acabando com o assunto.Neste momento, minha prima Andrya chegou e me viu chorando.— Por que está chorando? – perguntou inocentemente.— Minha mãe... Querendo me levar para a casa da avó Antonie.Andrya olhou para minha mãe com cara de piedade: — Oh, tia Raquel, deixa Alexia ficar comigo aqui na fazenda? A gente se vê tão pouco, só nas férias, deixa-a aqui conosco?— Ah, não sei Andrya, seu tio ficará bravo em saber que Alexia não foi passar um dia se quer com a avó.— Tia, deixa Alexia ficar? – seus olhos lacrimejavam e olhei atentamente o rosto de minha mãe que não conseguia negar o pedido.— Alexia é muito desobediente e tem essa represa muito funda... – minha mãe respondeu. Eu sabia que ela realmente era neurótica com essas coisas, mas o problema maior era a sua desconfiança de meu namorico com meu primo Mike.
— Pode deixar, Raquel, cuido de Alexia. Pode ir tranquila – respondeu minha tia Genie, mãe de Andrya e Mike, e irmã de meu pai.Minha mãe ainda fez uma expressão de desaprovação, e Andrye percebendo isso, tentou reforçar: — Tia Raquel, só faltam quatro dias para acabar a semana, a Alexia fica com a gente aqui, e na semana que vem, eu a acompanho até a casa da vovó.— Está bem, vou deixar, viu Alexia, mas a senhora já sabe... Se quebrar a minha confiança, nunca mais sairá para canto algum, e semana que vem, lhe quero na casa de sua avó. – ela disse querendo disfarçar a voz de brava para Andrya e minha tia não perceberem.
Olhei para o sofá e vi Mike rindo sozinho, olhando para a televisão com intenção de disfarçar. Minha vontade foi de xingá-lo. 

4 comentários:

  1. Oi,

    tem um meme para você lá no blog:

    http://mademoisellelovebooks.blogspot.com/2012/01/meme-expectativas-literarias-2012.html

    Bjs

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  2. Uau Mah, seus textos sempre motivadores... Agora essa história do Mike vai dar o que falar. Adoro fadas!

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  3. Achei bem legal esse capítulo. Eu ri, com a Alexia se fazendo de inocente rs, e aliás ela e o Mike, isso vai ser interessante rs..

    :D

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