Innocence: A sociedade secreta das fadas , Cap. #1

      É com muita honra que o gossinp apresenta aos leitores o nosso  novo romance que será publicado em capítulos. Escrito por Adriana Vargas de Aguiar : Innocence - A sociedade secreta das fadas.  Leia , comente e sonhe ! E semana que vem não percam as últimas emoções de Inseparáveis! 

Capítulo I - Parte Um.

Encontrando-se

Califórnia, Dezembro de 2010

Meus passos possuíam um ritmo diferente.

Jamais senti algo igual.

   Eu não disse nada, apenas levantei a mão quando perguntaram se existia ali alguém que ainda não fazia parte da irmandade secreta. Todos me abraçaram, dizendo que eu era a pessoa mais importante naquele dia e que há muito tempo estavam a minha espera, bateram palmas para mim, mesmo estando suja e com os cabelos despenteados.

  Não sei quem me levou até lá, sei apenas que não fui sozinha. Algo maior fez com que eu guardasse um bilhete que ganhei em uma das piores noites de minha vida. Poderia nunca mais tê-lo encontrado; era apenas um pedaço de papel mal cortado e amarelado.

   O rapaz que me entregou o bilhete com os horários e endereço onde se realizava a reunião, disse que eu não precisava me decidir naquele momento, e a única coisa que eu precisava fazer era tentar. Essa frase não saiu de minha cabeça.

    Ele estava lá. Muito embora tivessem pedido para não comentar sobre quem vi, nem dizer o que ouvi, ainda me lembro de sua mão com pele dourada me entregando o convite. Algo nele parecia-me muito familiar, mas talvez seja o fato de estar vivendo um momento turbulento, prestes a cometer um suicídio. Qualquer mão, ombro, braço ou palavra naquele momento, parecia-me familiar.

    Ele me recebeu no local, apresentando-se como a pessoa que havia me entregado o bilhete, mas não olhei em seus olhos, e mesmo que tentasse, percebi que o capuz de cor marrom de sua túnica que era presa por um cordão na cintura, tampava toda a sua cabeça que permanecia constantemente, e durante toda a reunião voltada para baixo.

    Senti vergonha de meu estado. Queria poder agradecer ao rapaz misterioso do capuz por me mostrar o caminho, mas não consegui pensar em outra coisa que não seja o porquê estava ali. Embora estivesse de dia, dentro da irmandade estava totalmente escuro e sombrio. Um ambiente com cheiro de incenso de alecrim que transmutava energia misturando-se às chamas que saiam das várias estacas que se prendiam ao solo. Em suas extremidades eram amarrados chumaços de algodão encharcados por creolina que alimentava o fogo e inundava o local com um resultado no odor que me deixava tonta. Meus dedos travavam-se por baixo do banco em que estava sentada, sentia que a qualquer momento poderia explodir diante de tantas revelações.

    Quando chegou o meu momento de falar, não pude conter as lágrimas. O rapaz do capuz sentou-se a meu lado e tocou em minha mão que apertava a madeira por debaixo do banco.

Sai daquele lugar estranho com a impressão de que algo acontecera dentro de mim, fazendo-me capaz de sentir pela primeira vez após tantos anos. Os raios do sol invadiam-me por completo.             Eu sentia a pele arder e o corpo suar, não precisava me furar com uma agulha para saber que estava viva...